segunda-feira, 8 de junho de 2009

Tanto em tão poucas palavras...

E o artigo é acerca da treta do Reiki e da infiltração do meio académico pelas "alternativas"...

"[...] Está absolutamente correcto (excepto no que diz respeito à acupuntura possivelmente ajudar em algumas condições, uma afirmação para a qual a evidência é dúbia na melhor das hipóteses). As Ervas, se fazem alguma coisa, são drogas (ou contêm drogas(1)). Por vezes são adulteradas de propósito com drogas. Frequentemente, os suplementos são feitos por subsidiárias de grandes farmacêuticas, operando sob um nome diferente, de modo a não arriscar a reputação da companhia mãe, mas, acima de tudo, para não desiludir os crédulos à procura de curas "naturais" intocadas pelas grandes farmacêuticas."

(1) drogas é tradução abusiva de "drugs" que quer dizer "princípio activo" ou "medicamento". Foi uma opção estética na tradução.

Orac, no blog "respectfull insolence":
http://scienceblogs.com/insolence/2009/06/the_infiltration_of_woo_into_medical_aca.php#more

Sobre o que ele diz em noticias da Associated Press:
http://www.msnbc.msn.com/id/31188920/ns/health-alternative_medicine/
e sobre contaminates na "herbal":
http://www.msnbc.msn.com/id/31088175/ns/health-alternative_medicine/

2 comentários:

Rui leprechaun disse...

A fitoterapia é, naturalmente, não só a mais antiga e efectiva forma de curar mas também aquela que é deveras comum a TODAS as civilizações, inclusive abrangendo o reino animal.

Logo, trata-se, no fundo, da precursora da moderna terapia quimiofarmacêutica, podendo e devendo coexistir com ela, claro.

De facto, existe já um número crescente de medicamentos à venda nas farmácias que são puramente fitoterápicos, sem nenhum processamento específico do(s) seu(s) princípio(s) activo(s). Isto já para não falar da imensa investigação e da quantidade enorme de medicamentos produzidos com recurso à investigação botânica dos ancestrais segredos das "ervas que curam", em especial nas espécies das florestas tropicais.

Uma das óbvias vantagens no uso das plantas medicinais é o facto da sua possível toxicidade já ser conhecida, pelo menos em grande parte, devido justamente ao seu uso milenar em várias culturas. Além disso, de um modo geral, são muitíssimo melhor toleradas pelo organismo do que as drogas convencionais, ou seja, têm substancialmente menos efeitos secundários quando usadas nas doses terapêuticas recomendadas.

Por outro lado, a sua eficácia talvez não seja tão grande, em muitos casos, como a de drogas sintéticas, podendo contudo ser administradas em sinergia se não houver incompatibilidade entre os princípios activos. Aliás, isso é recomendado em certos tipos de tratamentos mais agressivos e debilitadores do organismo, os quais devem ser complementados com essas alternativas "doces" ou "suaves" que não exaurem a energia do corpo já demasiado enfraquecido.

Bem, e tudo isto sem fazer alarde do agora ignorado princípio hipocrático, "Que o teu alimento seja o teu medicamento"!

É que a medicina autêntica é sempre muito mais preventiva do que curativa, e quanto ao 1º desiderato a terapia química de síntese pouco pode fazer.

Anyway... basta por agora que há festa p'la noite fora!

Ah! e já nem falo no soberanamente desprezado efeito psicológico na (auto)cura, o tal placebo que continua a ser visto mais como uma curiosidade excêntrica... oh really?!

So much we have to know...

Rui leprechaun

(...on this health road we go! :))

João disse...

"A fitoterapia é, naturalmente, não só a mais antiga e efectiva forma de curar mas também aquela que é deveras comum a TODAS as civilizações, inclusive abrangendo o reino animal."

Sim, por isso é que está chupadinha até ao tutano e encontrar uma ervinha nova com principios activos desconhecidos é como procurar ouro a peneirar o Tejo.