quinta-feira, 14 de abril de 2011

Vinho mais caro é indistiguivel do mais barato em prova cega.

O psicólogo Richard Wiseman aproveitou o Festival de Ciência de Edimburgo, (uma coisa que nós cá fazemos todos os dias, como o Festival de Ciência da Charneca da Caparica, Festival de Ciência de Alfama, etc) para por os visitantes a fazer provas cegas de vinho.

Já sabíamos que os "experts" do vinho não eram capazes de distinguir vinhos franceses de vinhos da Califórnia em provas cegas (1). Mas poderiam, como foi dito, dizer que a razão é que os vinhos californianos são também muito bons. Pode ser. Mas começo a achar que há outra explicação.

De entre o publico normal, e com uma discrepância grande entre o preço dos vinhos em teste, a taxa de sucesso para identificar vinho caros rondou os 50%. Ou seja é a que é esperada se a coisa for feita ao acaso.

Portanto, ou os vinhos mais caros usados no teste não são melhores de facto e o autor do estudo logo teve o azar de escolher vinhos que embora muito mais caros afinal eram mistelas como as outras, ou a chamada "qualidade" do vinho é apenas ilusão. Crença. Placebo. Como quiserem.

Uma coisa é certa. O preço não é um indicador fiável da qualidade para o consumidor normal. Se bem que para os experts as coisas também não estejam muito brilhantes, como disse acima.

Em resumo, parece-me que há razões para crer que o melhor vinho é o nacional e do mais baratinho, ja que acredito que o nosso baratinho é tão como como qualquer outro baratinho ( que se confunde com os caros). Ou seja, desde que não seja uma "zurrapa" completa, é tão bom como qualquer outro.

Nota: Eu não bebo. Não faço ideia do que é um vinho "encorpado" ou "florado". Mas quer-me parecer que o resto do mundo também não. Tirem-lhes os rotulos e ninguém dá pela diferença.

Via Guardian: http://www.guardianbookshop.co.uk/BerteShopWeb/viewProduct.do?ISBN=9780713997910

(1)http://en.wikipedia.org/wiki/Judgment_of_Paris_(wine)

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