segunda-feira, 18 de junho de 2012

Em memoria de Alan Turing.

Alan Turing teve um impacto positivo mais forte nas nossas vidas que a maioria das pessoas que são  reconhecidas e admiradas por multidões. E no entanto não é muito reconhecido. Se estivesse vivo, faria dia 23 deste mês, 100 anos. Há pessoas mais velhas ainda vivas, ele ainda poderia estar entre nós. Mas não está. Porque foi vitima de uma injustiça atroz que o levou ao suicidio.

Alan Turing foi um matemático genial que teve um papel importante na derrota da Alemanha Nazi, tendo sido um dos mais determinantes contribuites para a descoberta do código usado na máquina "Enigma" que encriptava as comunicações entre os Nazis. É também o legitimo inventor do computador ao ter descrito uma máquina capaz de ler, escrever, apagar e mover simbolos, funcionasse quer em electrões, papeis perfurados ou maçãs - a máquina de Turing. Tinha sido descoberto o modo de criar a primeira máquina capaz de computar qualquer problema computável. Curiosamente também foi dos primeiros a mostrar que ser ou não computável não é em si um problema computável.

Já depois de ter ajudado de maneira tão crucial os Aliados a ganhar a guerra, (já que passou a ser possivel saber o que os alemães andavam a dizer nas ordens que davam via rádio), Alan Turing foi julgado e condenado por... Homosexualidade. Pôde escolher entre tratamento quimico e a prisão... Escolheu o tratamento quimico com estrogénio, mas a exposição publica e humilhação eventualmente levaram-no ao suicidio usando uma maçã envenenada com cianeto. Por ventura em alusão à história da Branca de Neve de que se sabia gostar muito.

Alan turing morreu a 7 Junho de 1954 com 42 anos. O mundo que salvou condenou-o. E practicamente esqueceu-o. E no entanto perde tempo a celebrar pessoas que nem lhe chegavam aos calcanhares. 

O Alan Turing não é a personagem do mundo da ciência que eu mais admiro, (se bem que também não tenha uma razão muito forte para que não seja, mas a competição é tramada). Mas parece-me que é das mais esquecidas pelo público em geral em face do tanto que lhe devemos. E das que mais foi injustamente tratadas. 

Eventualmente será mais relembrado pelo "teste de Turing" como medida de inteligência artificial. 

Via Ars Technica:




quarta-feira, 13 de junho de 2012

Aquecimento global leva a invernos mais frios na europa.

O aquecimento global é o resultado de um aumento da energia total disponivel à superficie do planeta. Sabemos que esse aumento de energia disponivel se deve à diminuição de radiação infravermelha que escapa para o espaço, ao ser devolvido à superficie da terra.

Isto não significa que tenhamos de ver todo e cada ponto do planeta a aquecer gradualmente ao longo do processo que está a aumentar artificialmente a energia disponivel. Existem fluxos de energia pela superficie do planeta, tal como correntes de convecção numa panela ao lume, e se bem que o resultado final médio seja o aquecimento, ao alterar as direcções  das correntes termicas vamos passar a ter correntes frias onde antes não existiam.

Um consenso está-se a formar no sentido de explicar os invernos frios sentidos recentemente na Europa e Estados Unidos da América através do aquecimento do artico e diminuição do gradiente termico em sua direção. Em consequencia, um fenómeno conhecido como Vortex Polar, que é um conjunto de ventos que mantém o frio preso no polo norte, está a diminuir permitindo ao frio "espalhar-se" pelas regiões mais temperadas.

Via Ars Technica, aqui: http://arstechnica.com/science/2012/06/colder-winters-may-be-new-normal-due-to-melting-arctic-ice/ (fontes originais referenciadas no artigo).

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Energias sem energia


Energia é a capacidade de realizar trabalho físico. E o trabalho físico é o resultado do produto da força usada pelo deslocamento realizado. Força é a capacidade de alterar a velocidade de algo.
Existem várias formas de energia, mas são interconvertíveis entre si. Adicionalmente, a energia total é conservada num sistema, portanto o total não muda só por as transformarmos umas noutras.
É assim que a ciência define o que é energia. E é assim que faz sentido referirmo-nos a ela. Nós conhecemos a energia porque ela se traduz em forças capazes de puxarem e empurrarem coisas, e isso é algo que penso que se pode compreender intuitivamente.
http://www.wakeupenergetics.com/siteimages/MysticalAnatomyHands.jpg
http://www.wakeupenergetics.com/siteimages/MysticalAnatomyHands.jpg
Por isso acho sempre estranho quando por vezes se se refere a energias que a ciência não pode encontrar. Não pode porquê?
A questão é, se a ciência não pode encontrar é porque não causam efeitos mensuráveis. Se tivessem, não haveria problema. Poderiam ser medidos, descritos, etc…
E se não têm efeitos mensuráveis, como podemos saber que estão lá? (Já nem pergunto para que servem!)  E se esses efeitos não se traduzem por forças e movimentos, nem em nada que possa ser nestes convertido, como podemos dizer que é energia? Que razões temos para o fazer?
Em boa verdade, nenhuma. Nunca vi sequer uma justificação para isso minimamente desenvolvida, apenas o afirmar e re-afirmar deste tipo de coisas. Que existem tais e tais energias, que a ciência não as pode “ver” etc. Mas, de um modo geral, alegam efeitos. Efeitos que se passam no nosso mundo “natural”.
É caso para dizer – Decidam-se: ou essas energias dão origem a fenómenos e fenómenos são coisas que a ciência identifica e descreve, ou essas energias não chegam sequer a existir – nem virtualmente (já que as partículas virtuais causam efeitos mensuráveis).
Querer ter energias não detectáveis pela ciência, mas continuar a ter efeitos no nosso mundo físico, é querer demais. Sejam curas no organismo, mensagens do além, etc. estas alegações são referentes a efeitos medíveis e testáveis.
Resta dizer que não só não se conhecem mais de 4 tipos de forças fundamentais, por mais que se gastem biliões à procura de uma quinta força, como nunca se encontrou nenhum efeito que não pudesse ser explicado, pelo menos em princípio, por estes 4 tipos de forças.
Parece-me que devemos abordar alegações de outras energias com cepticismo. Para já, não têm fundamento que as justifique.
Ler mais:

domingo, 3 de junho de 2012

Aquecimento Global pelas palavras do National Research Council (EUA)


"(…) Existe um forte e credível corpo de evidências, assente em várias linhas de pesquisa, documentando que o clima está a sofrer alterações e que em grande parte estas são devidas à actividade humana. Enquanto muito há ainda para ser aprendido, o núcleo do fenómeno, as perguntas cientificas e as hipóteses foram examinadas exaustivamente e mantiveram-se firmes em face de debate cientifico severo e avaliação cuidadosa de explicações alternativas. (p21-22) Algumas conclusões e teorias foram tão cuidadosamente examinadas e testadas, e tão bem suportadas por tantas observações independentes e resultados que a sua probabilidade de virem a ser consideradas erradas é muito pequena. Tais conclusões e teorias são então encaradas como matéria de facto. Este é o caso das conclusões de que o sistema terrestre está a aquecer e que muito do seu aquecimento é muito provavelmente devido à actividade humana. "


Publicado pela National Academy Press, aqui:
http://www.nap.edu/catalog.php?record_id=12782#toc

O National Research Council está ligado às Academias Nacionais dos Estados Unidos da América como a National Academy of Sciences, National Academy of Medicine, etc.

Isto é um apelo à autoridade. Mas não é uma apelo à autoridade de especialistas individuais escolhidos a dedo (e que são notoriamente uma minoria esmagadora), é uma apelo à autoridade de uma organisação multidisciplinare de cientistas nomeados pelos pares para avaliar especificamente as alterações climáticas e as opções que tem o seu próprio país.